quarta-feira, 5 de maio de 2010

Tudo o que sabia sobre futebol

Tudo o que sabia sobre futebol era que tratava-se de uma paixão nacional.
Que é preciso dois times, de onze pessoas, um juiz, dois bandeirinhas ou auxiliares.
Que há regras, inúmeras regras e que, curiosamente, as pessoas que assistem sabem mais sobre elas do que os tais juízes e auxiliares.
Que agora há juizes e auxiliares mulheres, coisa da modernindade.
Que os goleiros odeiam as paradinhas que os batedores de pênalti dão antes de marcar o gol.
Tudo o que sabia sobre futebol era que homens adoravam e mulheres se irritavam com as transmissões de tv e com as peladas de quarta-feira. Não mulheres peladas, peladas: uma das denominações de jogos entre amadores.
Mas amadores não são os que amam? Os profissionais deixam de ser amadores?
Tudo o que sabia sobre futebol era que a cada quatro anos há um campeonato mundial.
Que sábado, domingo e quarta-feira tem jogo. Que a programação da TV as vezes muda para ajeitar a transmissão entre novelas, filmes e quetais.
Tudo o que sabia sobre futebol era que Ademir Menezes cumpriu a promessa de abandonar o futebol, por conta de um joelho doente, depois de um Vasco e Corinthians em pleno Maracanã. Adeus Queixada!
Tudo o que sabia sobre futebol era que dava problema! Briga, confusão, gente que não entendia nada escalando time e falando mal de técnico, credo, que assunto!
Que garotos agora são vendidos a outros países com dez, doze anos porque são esperanças nas quatro linhas.
Que os estaduais estão muito chatos, mas que de vez em quando uma final de um Paulistinha, ganha ares de copa do mundo. E que, as vezes, pontos corridos com quadrangular final vira um tal de perder mas ser campeão que ninguém entende!
Tudo o que sabia sobre futebol era que Gandulla era o sobrenome de um atacante que o Vasco trouxe da Argentina em 1939. Que ele, Bernardo, nunca se adaptou ao modo de jogar do time e não chegou a ser escalado, mas queria ser útil e corria atrás da bola para devolvê-la, quando ela saía do campo.
Tudo o que sabia sobre futebol não servia para nada, a não ser para alegrar a si mesma quando queria apenas descansar a cabeça.

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