Não era uma mãe melosa, de ficar beijando e abrançando e telefonando toda hora.
Mas era uma mãe de amor doído, de amor apertado, de amor tão profundo que não precisava de palavras.
Uma mãe de amor maior quando distante.
Uma mãe de amor que superaria qualquer dor.
Não era uma mãe de ficar apertando a bochecha, mas uma mãe de ficar olhando a foto.
De folhear os álbuns, de guardar dentinhos.
Uma mãe de construir histórias.
Não era uma mãe de planejar o futuro em mínimos detalhes, mas uma mãe que já visualizava um futuro de distâncias.
Uma mãe que sabia que distância não é simplesmente uma medida física, e por isso criava vínculos em cada covinha de sorriso conseguido e em cada ruga de testa em cara brava de reprovação.
Não era uma mãe de chorar em apresentações escolares.
Mas uma mãe de chorar ao lembrar da expressão tranquila, do sono calmo, quando saía na ponta do pé para não acordar. Uma mãe de chorar a qualquer hora, quietinha, sem ninguém ver.
Uma mãe que amava tanto que doía.
Uma mãe que se descontruía para construir um futuro em que ela pode não estar e mesmo assim estar, em cada história que se contará.
Quer me matar? Lindo.
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