quinta-feira, 8 de julho de 2010

Poder de síntese

Admiro o poder de síntese que identifico nos outros e que não tenho.
Preciso sempre de muitas palavras para dizer pouco.
Nunca tenho nada preferido, sempre tenho uma lista.
Se a pergunta for alimento, aí sim consigo sintetizar em pipoca.
Mas ninguém pergunta alimento, perguntam prato preferido, comida preferida, e isso sempre soa como uma refeição.
Com animal de estimação me arrisco 90%: gato.
Mas para todo o resto, sofrimento.
Bebida: água de coco, água com gás, suco de tangerina...
Livros: não, não me faça essa pergunta! Posso dizer a Elegância do Ouriço, mas posso dizer Capitu, Crime e Castigo, Eu Mato, os japoneses todos, A Espera.
Como não esperar um redemoinho mental antes de dizer e de já estar arrependida?
Animal selvagem: leopardo das neves, mas como não pensar nos lobos? que nos identificam como um igual porque caçamos sem medo qualquer outro ser vivo.
Música: resposta ao tempo, um girassol da cor do seu cabelo, cuitelinho e...
Estamos todos bem, meu filme, além de Amores Brutos, O segredo dos seus olhos, Abril Despedaçado e alguns que ainda não vi.
É isso, como posso já ter um preferido se ainda não acabei de ver, ouvir, sentir, tudo o que me cabe?
Não me consola. Admiro o poder da síntese. Nem tudo precisa ser explicado.

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