sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Minha irmã Laís

Quantos anos você tem?
O que vai ser quando crescer?
Essas são as primeiras perguntas que começamos a responder por nossa própria conta, já conscientes das respostas, mesmo que digamos que quando crescer seremos astronauta, pop star, um gênio, etc. Há varias opções de respostas.
Gosto mais da opção nenhuma das anteriores.
Hoje o politicamente correto é responder: vou ser feliz.
Depois as perguntas começam a se complicar, já não temos respostas para muitas delas até chegar a situações em que perguntas e respostas são ensaiadas, e quem errar fica em desvantagem no jogo.
Por que eu?
É uma pergunta que fazemos quando algo de ruim nos sucede.
Quantas pessoas será que se fazem essa mesma pergunta quando algo de muito bom lhes acontece?
Eu me pergunto isso às vezes. Do mais inútil-fútil ao mais complexo dos bens.
Por que eu estou tomando esse sorvete delicioso, nessa tarde preguiçosa, enquanto essa moça tão bonita tem que me vender o sorvete e atender um bando de adolescentes mal educados que fazem algazarra tentando confundi-la na conta para que alguém fique sem pagar?
Por que eu tenho uma menina de 11 anos que é um aprendizado diário de vida e além dela outra menina de quase 8 anos, criatura meiga, inteligente e perspicaz que olhando de tal forma tenho medo de acreditar?
E por que eu, justo eu, não consegui falar por telefone com minha irmã caçula que ontem fez aniversário? Em sua leonidade vai me dizer que soube que eu liguei, que não tem importância, mas por que eu, justo eu não insisti em outros números, em outros horários, em outros kilômetros que já separam há muito tempo nossas traquinagens?
Laís, vamos brincar de Vera? Faz de conta que eu te fiz um bolo de chocolate e te dei algumas contas especiais para fazer um colar!

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