Ontem minha caçula chegou correndo da casa de um amigo, tinha sido chamada para o banho, mas chamou-me de lado e confidenciou:
- mãe, eu tenho um segredão!
Não posso negar, sempre me dá um frio na barriga, mas esperei pacientemente e ela, apesar de estarmos sozinhas, quis que eu me abaixasse para dizer ao pé do ouvido:
- eu trouxe o rei arthur...
- quem é o rei arthur? onde ele está?
- está no banco da varanda, é um passarinho!
- um passarinho? já descendo rápido as escadas
- é, eu e meu amigo salvamos, a amanda estava com ele na boca
A amanda é a gata siamesa mais vira-lata que anda pelo condomínio. É uma dos cinco bichanos da casa do amigo.
E não é que lá no banco, resignado, sem se mexer, esperava por nós o rei arthur?
Sorte dele não ter sido a minha caçula seguida pela amanda, que anda lá pelos arredores da nossa casa e já destruiu um ninho de passarinhos na minha garagem sem a menor cerimonia.
Não sei se é rei ou rainha, mas o recolhemos. Preparamos em um recipiente de acrílico que já foi um aquário uma base com serragem, pote com água, pote com aveia e biscoito de gergelim e à noite, cobrimos o rei arthur para que dormisse mais aconchegado.
É da natureza da amanda caçar.
É da natureza da pombinha do ar voar, ser livre, mas filhote, teve o azar de conhecer amanda, para depois ter a sorte de conhecer o gesto delicado das crianças e da minha pequena, que quando crescer vai ser dona de zoológico. Já começou bem, tem gestos delicados.
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