segunda-feira, 18 de maio de 2009

O alto custo do preço baixo

Nem sempre conseguimos ir às compras sem as crianças. É sempre uma experiência e uma rica fonte de estudos.
Cobasi, comprando ração para o cachorro, biscoitos e outros apetrechos mais, as meninas se uniram para nos convencer a levar uns hamsters. Entre pensar, decidir, visualizar o que seria o cotidiano compartilhado com essas criaturinhas, o preço tem peso importante e qual não foi nossa surpresa: R$ 2,00. Isso mesmo, dois reais cada um dos roedores. Vamos levar dois.
Bom, o alto custo do preço baixo foi sentido em seguida quando fomos comprar o enxoval...
Gaiola. Escolhi um modelo mais bonitinho porque sabia que ficaria dentro de casa e apelei para o senso de design do papai. R$ 145,00. Perdi o senso de proporção. E lá se foram outros tantos reais em comedor, bebedouro, serragem, comida, pó para banho seco, roedor e outros tantos apetrechos.
Escolheram os bichinhos de pelagem tão parecida que ninguém sabia ao certo quem era dona de quem e a confusão começou.
Dois machos para evitar procriação, porque são mais tranquilos que as fêmeas e pelo amor da preservação do nosso lar! Mas, o rapaz bem informado não nos contou que dois machos vivem pouco tempo em um mesmo ambiente e diante da primeira briga, quase fatal, nova gaiola foi comprada. Igual! Mais R$ 145,00 e não mais por senso estético, simplesmente porque as meninas não queriam o seu hamster em uma gaiola mais simples.
Tempo estimado de vida: 2 anos.
Mas a cada 2 dias, papai ou mamãe limpando a gaiola, água fresca, comida todo dia.
Viagem? Cuidados especias, comida estrategicamente colocada.
Tiveram vários nomes, mas nunca responderam a nenhum.
Um dia, um deles apareceu doente, com um tumor perto da orelhinha. Tão parecidos que minha primogênita logo convenceu a todos que aquele não era o dela.
Quem tomou aos seus cuidados, cuida. E lá vamos nós a um veterinário especializado em animais silvestres.
R$ 75,00 a consulta. Dá para operar, R$ 250,00, mas ele pode morrer, muito frágil e já com um ano e meio de seus estimados 2 anos de vida.
Eu disse não a operação, quase contrariando o resto da familia, mas levamos para casa uma porção de pomadas, remédio para limpeza, vitamina para a água e ele teve uma sobrevida de quase um mês.
Com uma gaiola desocupada facilitou a troca, a limpeza.
Aí chegaram os peixes. Lembrança de uma festa de aniversário. Não compramos nada além de comida. Cada qual segue vivendo em seu humilde aquário no qual chegou.
Sábado encontramos o espanhol morto em sua gaiola. Quando seu companheiro se foi, o nome espanhol foi adotado e nunca mais mudou. Estava deitadinho, como quem se prepara para um fim tranquilo. Tinha água, tinha comida, mas ele se foi. Enterramos no jardim.
Ontem fez uma semana que a minha caçula salvou o rei arthur da amanda (rei arthur = rolinha, amanda = gata) e ele ainda não pode voar, a asa não está totalmente curada.
Para essa eu não quero comprar uma gaiola, quero comprar comida e remedinhos e depois vê-la voando no céu de um azul quase impossível de reproduzir. Cada bichinho tem o seu destino e cada um de nós tem um nó pra desfazer antes de seguir.

Um comentário:

  1. Estou aqui colocando minha leitura em dia...como sempre os textos estão fantásticos! Quando vamos almoçar? Bjo.

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