terça-feira, 2 de junho de 2009

Diana

O que é um monte?
E se compararmos com um precipício? Quem se precipita não enxerga o que há escondido atrás do monte.
E era assim com Diana.
Não sabia diferenciar um monte de um precipício e sempre se lamentava.
Ou porque tinha dito, ou porque não tinha dito.
Não encontrava o ponto exato da reflexão.
Pensar antes de falar? Mas e se falarem antes de mim?
Lia em livrinhos de frases que às vezes é mais inteligente aquele que primeiro ouve, que temos duas orelhas e uma boca para mais ouvir do que falar e nunca se encaixava nesse modelo de inteligência.
Era assim Diana. Dinâmica, agitada, apressada, tropeçando sempre em seus sapatos de salto alto e improváveis cores.
Mas por onde andava?
Cabisbaixa porque mais uma vez falara no momento errado e precipitou uma montanha de problemas.
Como se começa tudo novo de novo sem os mesmos erros?
Uns mudam de cidade. Alguns se casam e outros se separam.
Alguns mudam de religião. Outros estudam filosofia. Mas Diana não se via nessa dinâmica.
Queria apenas começar tudo de novo.
Anotou na capa do livrinho de frases a sua própria história.
... depois de chegar ao alto da montanha caiu um tombo incerto, recomeçaria do fundo do precipício para chegar ao topo de uma montanha ainda mais alta!
Nunca cogitou associar seu nome Diana (para os romanos) com Artemis (para os gregos), a deusa que era o ideal e a personificação da vida selvagem da natureza, a vida das plantas, dos animais e dos homens em toda a sua exuberante fertilidade e profusão.
Não, isso não lhe ocorreu.

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