Que teve muitos irmãos.
Que teve que viver o sonho do seu pai.
Que teve uma infância esquisita, cantando e fazendo sucesso sem bem entender o que era isso.
Que proporção isso tomaria.
Uma lágrima por Michael que passou a vida de mal do seu nariz.
Que não queria enxergar a sua boca negra.
Que não encontrou a sua raiz.
Que lutou contra a sua pele.
Que precisou se virar do avesso para procurar o que nunca encontrou.
Uma lágrima por Michael que quis procriar.
Que escondeu os filhos sem mãe, que os pendurou pela janela, que os nomeou em sua própria homenagem.
Que repetiu seu pai tatuando um destino irreparável em crianças desconexas.
Uma lágrima por mãos e pés etéreos de um dançarino leve que sempre escondeu, durante as mágicas coreografias, o peso de ser quem era.
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