terça-feira, 9 de junho de 2009

É o que dizem

Estava sentado no muro balançando os pés, mastigando um galho seco da árvore quando viu a bicicleta descer a rua descontrolada até jogar seu condutor no chão.
Saiu correndo, foi o primeiro a chegar para ajudar.
O rapaz estava pálido, a perna trêmula, o braço todo ralado.
Os óculos foram parar longe. Um pé estava descalço e um garoto gorducho segurava um allstar sujo na mão direita.
Foi assim que se conheceram.
- moro bem ali, vamos lá, você se senta um pouco, toma um pouco de água, lava o braço, a gente põe um pouco de merthiolate. A minha mãe não está mas eu sei onde ela guarda tudo isso.
Alguém perguntava:
- será que quebrou alguma coisa?
- não, não tem nada doendo tanto assim e eu já quebrei o braço, sei como é

Os poucos que se juntaram rapidamente voltaram aos seus afazeres e Venâncio ajudou o novo amigo a levantar a bicicleta e foram tratar de curar os arranhões.
Foi assim que se conheceram.
Sobre o que falaram depois, como foi que disseram seus nomes, onde estudavam, de que música gostavam isso ninguém sabe.
Tampouco como foi que marcaram um outro encontro.
Só se sabe que depois do tombo da bicicleta Venâncio ganhou um amigo e nunca mais foi o mesmo!

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