terça-feira, 28 de julho de 2009

aula de educação fisica

Eu usei uma saia branca, bem curta, toda cheia de pregas sobre um short vermelho, de tecido relativamente grosso, com elásticos nas pernas, parecendo um balonê.
E camiseta branca. E nada supera a simplicidade de uma camiseta branca.
Tênis e meias brancas.
Não sei se fico sentida ou agradecida por nunca ter sido fotografada em tal vestimenta.
E era assim que eu me apresentava para as aulas de educação física.
Noções de atletismo. Noções de ginástica rítmica. Apresentação de performance com cascas de coco como instrumento de som. E eu, orgulhosa de ser a ritmista. Que não passava de ser a pessoa que contava em alto e bom som para que todos fizessem os movimentos ao mesmo tempo.
Noções de basquete e volei e era aí que a encrenca começava.
Eu não jogava bem, não me empenhava e não me interessava muito por esses esportes.
Mas, adorava narrar os jogos enquanto jogava, para desespero de todos e muitas, mas muitas caretas e apitos da minha professora.
Se por um lado eu era comportada e coordenava todas os exercícios ritmicos, por outro eu me transformava em seu pesadelo e era uma queda de braço porque ela poderia simplesmente me deixar na beira da quadra, narrando.
E, de quebra, eu poderia devolver a bola ao jogo quando saísse da quadra.
Mas não, ela insistia.
E eu não desistia.
Lusia para Cristiane, Cristiane arremesa e não acerta, mas Márcia, Márcia recupera a bola no rebote e devolve para Cristiane que... agora sim, cesta com Cristiane cada vez mais perto da convocação para a seleção!
Não era futebol, não era rádio, mas eu adorava, a despeito da impaciência de quem podia me vencer na quadra, mas não podia me vencer na teimosia das palavras!

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