E camiseta branca. E nada supera a simplicidade de uma camiseta branca.
Tênis e meias brancas.
Não sei se fico sentida ou agradecida por nunca ter sido fotografada em tal vestimenta.
E era assim que eu me apresentava para as aulas de educação física.
Noções de atletismo. Noções de ginástica rítmica. Apresentação de performance com cascas de coco como instrumento de som. E eu, orgulhosa de ser a ritmista. Que não passava de ser a pessoa que contava em alto e bom som para que todos fizessem os movimentos ao mesmo tempo.
Noções de basquete e volei e era aí que a encrenca começava.
Eu não jogava bem, não me empenhava e não me interessava muito por esses esportes.
Mas, adorava narrar os jogos enquanto jogava, para desespero de todos e muitas, mas muitas caretas e apitos da minha professora.
Se por um lado eu era comportada e coordenava todas os exercícios ritmicos, por outro eu me transformava em seu pesadelo e era uma queda de braço porque ela poderia simplesmente me deixar na beira da quadra, narrando.
E, de quebra, eu poderia devolver a bola ao jogo quando saísse da quadra.
Mas não, ela insistia.
E eu não desistia.
Lusia para Cristiane, Cristiane arremesa e não acerta, mas Márcia, Márcia recupera a bola no rebote e devolve para Cristiane que... agora sim, cesta com Cristiane cada vez mais perto da convocação para a seleção!
Não era futebol, não era rádio, mas eu adorava, a despeito da impaciência de quem podia me vencer na quadra, mas não podia me vencer na teimosia das palavras!
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