quinta-feira, 23 de julho de 2009

Eu vi!

Hoje de manhã, contrariando as recomendações da minha dermatologista a respeito de banho longo e muito quente, contrariando minha conta bancária a respeito do consumo de água e energia, deixei-me ficar embaixo da água olhando pela janela.
Namoro dos quero-queros.
Uma fêmea, muitos machos. Uma dança desconcertante.
Quando parece que aceitou a presença de um, lado a lado no galho de uma árvore, outro chega, os desaloja e tudo recomeça.
Vão para o campo de futebol e grito sem soltar palavra: não, aí não, os meninos vão ignorar e vocês vão sofrer!
Os quero-queros fazem seus ninhos no chão e ficam ali o tempo todo, por muito tempo, o que sempre me pareceu muito incoerente para um pássaro.
Se pode ganhar os céus e escolher picos aconchegantes de árvores, porque na grama?
Há gramados no jardim que não o campo de futebol e sempre cuidamos.
Os cães do condomínio andam sempre nas coleiras, mas os gatos... Os gatos já nascem pobres, mas nascem livres...
Fico olhando o balé, ouvindo o canto e tentando adivinhar quais são os critérios que a fará decidir por um ou por outro.
Decisões. Escolher um parceiro, escolher um lugar para cuidar da cria, cuidar do tempo ensolarado, chuvoso. Arremeter contra as crianças que distraídas correm pela grama, deixam a bola escapulir, fazem manobras de bicicleta.
O tempo urge e não consigo ver o casal final.
Faria alguma diferença, se me parecem todos de um cinza amarronzado e branco?
Será que a noiva ficou feliz? Será que há noivas para os que não foram bem nessa primeira empreitada?
Quando a primavera chegar, mais que flores, ninhos e quero-queros vão brotar.
Eu vi e isso me alimenta para terminar a semana feliz!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.