Amanheceu chovendo.
Amou um amor amadurecido e de certa forma endurecido.
Quando criança nunca pensava que chegaria aos quarenta anos.
Causou inveja em todos quando cantou a música que fora escolhida. O destino deu a ela, a ninguém mais do grupo, aquela voz límpida, suave e afinadíssima. Logo a ela que era filha de pais surdos-mudo que nunca a ouviriam cantar.
Tentou sentar-se na cama mas não teve forças e voltou a deitar. Deixou-se abandonar.
Espiou por cima do muro, não viu ninguém, saiu correndo e atravessou a rua. Nunca mais foi visto!
Era um ponto de ônibus como qualquer outro até o dia em que a conheceu ali. Marcou sua alegria e sua tragédia.
O bebê estava alimentado e limpo mas mesmo assim não parava de chorar.
O trem insistia em aumentar o volume de seu barulho não importava o quanto apertasse os fones de ouvido.
Tudo foi ficando escuro ao seu redor e a última coisa que procurou enxergar foi um lugar onde pudesse se apoiar mas não teve tempo.
Que diferença faz a causa da morte para quem morreu?
Se tudo parece desconexo é apenas porque é desconexo.
Tentei com todas essas frases começar o post de hoje, que não consegue preencher a lacuna de ontem, dia útil sem texto, porque sem tempo, sem computador, sem palavras.
Cada frase guarda em si uma longa história. Que poderei desenrolar quando outra quinta-feira chuvosa e escura atormentar minha predilação pelas quartas-feiras.
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