terça-feira, 21 de julho de 2009

Marionete de música japonesa

Em mim, o que mudou significativamente no decorrer dos anos, foi a memória.
Mas por categoria. Não me lembro mais tão facilmente do nome das pessoas. E antes era uma agenda ambulante. Na época em que elas só existiam de papel, eu era um verdadeiro palm, iphone, blackBerry e que tais.
Agora não lembro mais. Preciso mencionar um ou outro nome, vejo o rosto sorridente do ser em minha mente e simplesmente não tem legenda com nome e muitas vezes com a empresa que representa.
E não é uma segmentação business, pelo que eu me desculparia com o santo nome em vão do stress.
Com filmes também passa o mesmo, as pessoas têm que me contar quase o filme todo para então eu relacionar o nome ao desenrolar da história e ter o clique: ah, sim, claro, já vi!
Horrível.
Mas, inversamente oposta a essa situação, está a minha facilidade para gravar e reproduzir frases inteiras das minhas filhas, em algumas situações.
Talvez porque me surpreendam. Talvez porque haja um envolvimento emocional diferente. Talvez porque eu tenha sofrido para rearranjar o momento.
Veja um exemplo:

comemoração do dia das mães na escola, minha primogênita com quase 8 anos,
oportunidade para conhecer a mãe da melhor amiga, que recentemente chegou com a filha do Japão
quadra de esportes
professora de microfone em punho tentando integrar mães, filhos, amigos decide orientar sobre um exercício de Tai Chi Chuan, para relaxar, para divertir
e, nos primeiros momentos, algazarra, até que todos se concentram no exercício e o silêncio varre o espaço
pois bem nesse momento de silêncio quase total, a minha pequena solta a frase tão ricamente elaborada, em alto e bom some da qual me lembro, palavra por palavra incluindo as pausas da respiração

- hei, eu sou uma criatura moderna, não uma marionete de música japonesa!

É, eu não me esqueço desse tipo de frase!

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