quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Adeus dona Nadir

Não é surpresa para ninguém que sou uma apaixonada pelo rádio.
Talvez seja surpresa que eu goste muito de ouvir programas esportivos e que toda noite, após o trabalho vou embora, sozinha no meu carro, mas muito bem acompanhada, ouvindo a CBN.
Nunca se está sozinho quando se ouve rádio. É difícil explicar e esse não é o tema.
O tema é a dona Nadir que faleceu e foi cremada ontem.
Nunca contamos uma história só. Para chegar na história da dona Nadir tive que passar pela minha história e vou ter que me intrometer na história do Juca Kfouri. Mas a história é tão bonita que acho que ele não vai se importar. E nem será novidade porque ele mesmo já contou essa história no livro Anedotário do Rádio Brasileiro, e mencionou isso no programa CBN Esporte Clube (Futebol é Cultura!), das 20h00 as 21h00. Santo congestionamento!
Pois bem, voltemos a dona Nadir.
Depois da estréia do CBN Esporte Clube, quando Juca chegou para o segundo programa, havia um recado da dona Nadir, que dizia mais ou menos assim: fala para aquele menino que ele precisa dizer as horas, rádio é prestação de serviços e se não fala as horas eu perco a hora de tomar o meu remédio.
Atento ao comentário, em uma das primeiras chamadas para o Repórter CBN, que entra a cada meia hora, lembrou-se de dizer: 8h30, tá na hora do seu remédio dona Nadir! Assim, do nada, um caco, como diriam no teatro. E, pela reação que percebeu no estúdio, achou que seria um bordão, que iria funcionar!
No dia seguinte, ao chegar para o terceiro programa, outro recado de dona Nadir: que gentil aquele menino, além de falar as horas falou até o meu nome! Se ele quiser falar comigo, o meu telefone é...
E Juca ligou. E soube que ela não era exatamente uma apaixonata por esportes, mas sim pela rádio CBN que ouvia desde manhãzinha até a hora de se deitar, e que tomava muitos remédios e que por isso saber as horas era muito importante.
Juca seguiu chamando as horas e alertando a dona Nadir. Ontem nos contou que ela se foi e eu, que jamais soube nada sobre a dona Nadir, além do que acabo de contar, fiquei triste, muito triste, como quem perde uma grande amiga.
Juca vai continuar usando o bordão em homenagem a dona Nadir e não importa quais ondas ela ouve agora, achei que também eu deveria homenagear a dona Nadir, já que como ela sou uma apaixonada por rádio e por futebol. E aí, nesse quesito, levo vantagem, porque aguento melhor Juca, Birner, Leandro, Marcelo Gomes, Deva, Renato Maurício, que muitas vezes merecem ir pro chuveiro, mas em muitas outras merecem o Troféu Osmar Santos.
Adeus dona Nadir!

5 comentários:

  1. Oi Luisa !

    Muito legal o seu post !

    Também sou apaixonado por rádio, também sou ouvinte da CBN e do CBN Esporte Clube, onde conheci a história da Dona Nadir e ouvi a entrevista que o Juca fez com ela. Também me lembro que ele sempre dizia que confundiam a Dona Nadir com a tia dele, também Nadir e também uma Senhora de muita fibra.
    Não ouvi o programa onde ele noticiou o falecimento dela, apenas fiquei sabendo por outros ouvintes. Hoje, após ouvir o Juca agradecer (devido ao prêmio especial da APCA recebido pelo programa) a "madrinha do CBN Esporte Clube", Dona Nadir, "esteja onde estiver" fiquei curioso e, procurando no Google encontrei este post. Dona Nadir já se foi a quase um ano e meio, virou personagem, e o CBN Esporte Clube não seria a mesma coisa sem este bordão.
    É curioso né ? Sinto como se tivesse perdido uma amiga. Sinto saudades de uma pessoa que não conheci... que só ouvi uma vez em uma entrevista...

    É... Tem coisa que só o rádio pode fazer...

    J. A.

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  2. Oi José Antonio,
    Obrigada pelas palavras.
    É realmente tem coisa que só o rádio pode fazer, é um mundo mágico! Falam tanto da interatividade da internet, mas esquecem que o precursor de tudo isso foi o nosso rádio! Aqui está a prova!
    abraços, Lusia

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  3. o Rádio é uma coisa fantástica... teríamos um mundo muito melhor se todos ouvissem rádio...mexe com a imaginação, a criatividade, com a emoção das pessoas...não seria uma pessoa feliz se não houvesse radio...Essa historia do Juca e da dona Nadir, eu já conhecia...assim como já sabia da sua morte...mas outra vez me emocionei...só o rádio pra fazer isso...viva o rádio...viva o Juca, e viva a memória da dona Nadir...

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  4. eu concordo... o rádio é meu companheiro no trânsito, não me deixa sozinha, é como se eu conhecesse as pessoas, fosse próxima, é daquelas mágicas que ninguém mostra o segredo!

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  5. exatamente...conhecer as pessoas...se sentir parte daquilo...ouço um outro programa desde 2000...é uma coisa fantástica...me sinto como parte do programa...parte de uma historia...o radio é uma coisa sensacional...

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