Há dez anos eu estava muito grávida, de uns 7 meses e fui com um grupo de amigos a Mairiporã, ao Pico Olho d´Água, antes ou depois, já não me lembro, de um delicioso almoço no O Velhão.
Ao sairmos do restaurente e nos dividirmos para ocuparmos os carros, ouvimos um miadinho, débil mas desesperado e nos pusemos a procurar.
Não tardou a encontrarmos um filhotinho de gato, preso entre alguns tijolos que alguém caprichosamente ajeitou em um canto, no meio do nada e, no entanto, no meio de muita gente diferente que pararia o carro por ali. Boa má intenção.
Comoveu-nos. Alguns amantes de felinos e outros amantes de caninos, mas todos a favor da vida.
Na época eu já tinha um casal, Juca e Jaqueline, e uma nova adoção, com a chegada de um bebê alteraria muito a dinâmica da casa.
Uma amiga querida, apesar de dona amorosa de uma linda Dálmata, não pode deixar para trás aquele bichinho e nos organizamos para ajeitá-lo em um dos carros.
Foi tratado, alimentado, vacinado, vermifugado e reinou absoluto em seu amor silencioso.
Em seu amor que reconhece tudo e nem por isso precisa sorrir o tempo todo.
Gatos são filósofos por natureza. Nos ensinam coisas que muitas vezes nem nos damos conta de que aprendemos.
E agora, depois de tanto tempo, recebemos uma foto de Theodoro.
De São Paulo mudou-se para Santander, na Espanha, onde vive até hoje, refestelado como podem ver. E, certamente, carrega e carregará para sempre, em todas as suas vidas, a generosidade de quem mudou o seu destino.
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