O fato é que há muitos anos atrás, mas muitos mesmo, meu pai trabalhava em uma empresa de ônibus de uma cidade do interior.
E, o dono da tal companhia, não era dono dessa empresa e de muitas outras, assim como de muitos imóveis, à toa. Cuidava de seus rendimentos como nenhum outro.
Por exemplo, se uma telha de sua casa quebrasse, a reposição era simples, ía até uma das casas que alugava e tirava de lá, para ajeitar a sua. E o inquilino, se não quisesse uma goteira nova, que tratasse de comprar uma telha nova, por que não?
Certa feita resolveu candidatar-se a prefeito da cidade.
Seus comícios são históricos e duas passagens podem retratar sua particularidade.
Nas cidades maiores do interior, muitos vilarejos fazem parte da mesma administração e em um encontro com moradores, ao ouvir a reclamação de que não tinha luz no local, a proposta foi:
- muda pra Marília, lá já tá tudo ajeitado!!! ops...
Em comicio um discurso inflamado:
- ... porque eu di 3 ônibus para...
Ao que foi puxado pela manga do paletó pelo assessor que lhe corrigiu:
- não é eu di, é eu dei!!
E em alto e bom som, indignado:
- você não deu nada, você nem tem ônibus!!! pois eu sim, eu di, 3 ônibus...
Ele não foi eleito, mas sua singela biografia e as histórias de sua candidatura ainda fazem parte das histórias de familia. Não estão em nenhum livro e, no entanto, sempre na lista das mais contadas.
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