terça-feira, 4 de agosto de 2009

O velho Nicolino se foi

Há onze anos. Mas nunca me convencerei disso.
Era um cara legal o meu pai. Ele jamais compraria uma editora para eu publicar meus livros, já que sonho ser escritora. Tão pouco compraria uma agência para eu ser a criativa, a midia, o atendimento, a dona.
Não, ele não.
Ele me ensinou que é preciso estudar, refinar o talento que se descubra, persistir, torcer, cair, levantar e seguir em frente.
Estar entre os bons, sempre, e ter metas altas. Se o amigo tirou 7 na prova esse não é o parâmetro, aquele que tira 10 sim e para alcançá-lo é preciso tirar 10 com louvor.
É, ele não era amigo de Nelson Piquet...
Tenho saudades dos seus olhos azuis. Das suas piadas, sempre as mesmas.
Das histórias da fazenda.
Das pegadinhas, muitas eu ja sabia a resposta mas fingia que não sabia. E ele sabia que era só pra agradar, ah... eu era muito esperta pra não saber aquela bobagem!
Um acordo tácito.
Um balde de pipocas, um jogo do palmeiras, um chinelo havaianas e uma camiseta confortável.
Para sempre meus dias serão sem o velho Nicolino, mas ele está em mim.
Está nos olhos azuis e na curiosidade da minha irmã mais velha, na generosidade da minha segunda irmã, no caráter do meu irmão, no amor da minha irmã caçula, em comunhão com a minha mãe, que nos abençõa com seus olhos verdes.
Pai, será que o Muricy vai dar conta do nosso time? Eu não vou muito com a cara dele mas espero que ele se dê bem!

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