segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Histórias que me impressionam

Li na Marie Claire que por conta de uma reportagem da revista uma garota sequestrada foi devolvida as pais.
Li agora que a moça já tem quase vinte anos, já tem um filho e isso aconteceu quando ela tinha quatro anos e foi devolvida aos sete e pouco.
Narrar sem detalhes, seco como o chão do agreste nordestino. A menina estava na igreja evangélica com os pais. Eles estavam de olhos fechados, orando. Ela queria ir ao banheiro.
O irmão viu quando uma moça se ofereceu para levá-la ao banheiro e nunca mais a trouxe de volta.
Os pais de olhos fechados, orando, não viram nada.
Depois do banheiro, vamos tomar um lanche, não quero, vamos e foram por muitos anos.
A primeira idéia da moça era vender a menina para o dono da boate onde trabalhava, ele a revenderia para alguém do estrangeiro.
Não deu certo. Sem detalhes, não sei se pela idade, se ela não teve coragem, não sei.
Ficou zanzando com a menina e lhe ocorreu dizer a um antigo namorado que sua filha.
Comprou-lhe roupas e uma bicicleta. Levava para passear, quase um ano depois quis um exame de dna e ela de novo desapareceu.
A menina, outro nome, a primeira vez que contou a uma outra mulher estranha que não seu nome, que não sua mãe, apanhou muito e calou a verdade.
Abrigadas na favela. Uma outra mulher da favela viu a história na revista. Foi na polícia.
A polícia foi investigar. O marido dono do barraco desconversou mas conversou com a mulher e a mulher insistiu com a menina. Com medo mas confirmou a história.
De volta à polícia. A mulher da pensão anterior, até fita gravada de festinha de aniversário e lá a moça e a menina.
A menina roubada, a moça ladra.
A menina de volta a casa dos pais.
Tudo que era da menina dado embora aos prantos depois de anos, mas quando o pai foi comprar colchão novo para a família levou um colchão para a filha desaparecida.
Hoje guardada, resguardada. Aperta o filho, tem medo.
Mulher estranha no ônibus: menino bonito! E a mãe agarrada ao moleque desce no primeiro ponto. Não era ali que ia descer, mas tem medo de mulher estranha.
Será que ainda fecham os olhos para orar? Isso não estava escrito na matéria da revista.

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