quarta-feira, 2 de setembro de 2009

As primeiras palavras

Depois das primeiras palavrinhas que aprendemos, cristalizadas em nossa cultura como gugu dada, mas que na verdade são papa, mama, bola, gatu, e uma infinidade de dás... deveríamos aprender a palavra mérito, meritocracia.
Não para sermos sofisticados, nem talvez sua pronuncia correta, mas um mélito, méito, algo do gênero, mas carregado de seu conceito, talvez nos tornasse mais justos. Ou não como diria Caetano Veloso. Mas, certamente, retardaria o aprendizado da palavra cota, que me horroriza.
As pessoas deviam valorizar-se pelo que são, pelas coisas pelas quais são capazes, por suas conquistas e as duras penas que elas envolvem.
Não aceitarem pacificamente um carimbo na testa.
Porque sou negro tenho mais garantia de minha entrada na faculdade?
E as bizarrices que isso gera.
Em Brasilia, gêmeos separados por essa sinalização. Um considerado para a cota o outro não.
Nos EUA uma moça que sempre abordava professores com o coração aos saltos: essa nota X reflete realmente meu desempenho? Ou está sendo generoso comigo atendendo certas exigências de que notas de negros devem ser melhoradas para que a comunidade tenha a certeza de que são bons?
Não é monstruoso?
E não bastasse isso ouço no rádio do carro esta manhã que partidos políticos terão cotas a serem preenchidas por mulheres e que elas terão, sei lá, 10 minutos de espaço nos programas de televisão.
Não se envergonham?
A cota é prima irmã do conchavo, dos agrados, da politicagem, do uso de palavras que não posicionam. É uma grande família!
Talvez eu não vá muito longe porque não tenho esse dna na minha árvore genealógica.
Talvez meus pais tenham ganhado tempo me explicando os conceitos da meritocracia, essa coisa estranha que vem do latim mereo e que significa merecer para obter. Hummm

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