Uma carta de antigamente. Com papel coloridinho, quiçá com algum desenho, quiçá com cheiro de alguma fruta silvestre.
Vou escrever a tinta ou à tinta (ambos se admitem, pois se trata de uma expressão adverbial feminina de meio ou instrumento...). Não ensinam mais na escola que não se diz vou escrever a caneta?
Bom, deixa pra lá, já não ensinam tanta coisa!
Tenho um dó quando ouço: me dá uma dó...
Mas não estou aqui pra isso, porque também eu devo cometer pequenos pecados com nossa preciosa língua.
Mas um dia desses vou escrever uma carta para você.
Para dizer que estou bem, que estou envelhecendo como nunca acreditei.
Para dizer que duvidei que tivesse crianças, do fundo do coração sempre quis mas duvidando que receberia esse presente e recebi, tenho duas meninas inteligentes e saudáveis e como bônus ainda são lindas.
Vou escrever para te contar que tenho um emprego em uma agência de publicidade.
Pode acreditar? O teatro e a dança hoje são X nas pesquisas que respondo no tópico lazer.
Um dia desses eu vou escrever uma carta para você.
Preciso contar que meu pai se foi, que aquele bebezinho cresceu, que depois de tudo eu tive um casal de gatos Juca e Jaqueline e que fiquei muito, mas muito tempo sem escrever.
Talvez por isso a falta de jeito. Mas, um dia desses, eu vou escrever uma carta para você.
Eu só preciso me preparar para, antes mesmo de terminar, me conformar sobre o fato de que você nunca irá responder!
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