terça-feira, 29 de setembro de 2009

Luz na Estrada

Não gosto de dirigir na cidade. Não gosto dos cruzamentos, dos faróis, dos apressados e dos nem tanto. Dos que não deixam ninguém entrar e daquele que resolve deixar todo mundo entrar na frente dele quando estamos bem atrás e com muita pressa.
Não gosto das rotatórias. Não gosto de nada.
Mas adoro dirigir na estrada.
Viajava muito com meu pai e ainda muito pequena já sabia o significado de todas as placas.
Diversão pura. Eu me sentia orgulhosa quando me lembrava das mais esquisitas e sem lógica. Elas existem.
E também o significado das linhas ora contínuas ora picotadas.
E quando viajávamos em família eu sempre apontava um erro grosseiro:
- vê essa placa? diz que faltam 10 quilômetros para entrarmos sentido Parapuã mas não está certo, faltam 12 quilômetros, já marcamos!
E todo mundo já sabia, mas todo mundo se admirava!
Mas me lembro mesmo do grande susto que tomei em minha primeira viagem noturna.
Não podia acreditar que a pista não era iluminada como as ruas na cidade.
Fiquei perplexa e meu pai apenas disse:
- é, na estrada, somos nós que devemos iluminar o caminho, e se ele não for bem iluminado pode dar problema porque podemos não enxergar o que está muito próximo... um animal no acostamento por exemplo...

Ele falava da estrada. Não tive tempo de dizer que compreendo além das laterais e que, de fato, somos nós os responsáveis por iluminar o nosso caminho. É, na estrada, nós somos a nossa própria luz!

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