sexta-feira, 9 de abril de 2010

Eu tenho um par

Eu tenho um par. Ímpar.
Ele é meu par há 21 anos. Maioridade. Casados "no papel" serão 20 em setembro.
O que eu mais gosto no meu par é que eu o escolheria de novo para fazer essa travessia comigo.
Às vezes, quando conto coisas cotidianas sobre o meu par, fico pensando se eu realmente demonstro o quanto as pequenas coisas que ele faz para mim são grandes.
O meu par tritura linhaça de manhã para eu comer com frutas ou iogurte.
O meu par sabe o meu tamanho e é capaz de me surpreender com uma peça de roupa, um sapato que não precisam de troca.
O meu par desenhou um anel para mim, ainda não fizemos, mas já ganhei a pedra.
O meu par me leva café na cama.
O meu par escolhe o pior lado da garagem porque sabe que eu não sei estacionar direito.
O meu par me elogia.
Ouve atento as lamúrias do trabalho e me dá conselhos.
O meu par me manda links com matérias de negócios, com uma música que o fez lembrar de mim ou com uma piada engraçada.
O meu par me fotografa.
Preocupa-se comigo quando atarefada ou desconcentrada não ligo para casa.
O meu par me desenha.
O meu par é ímpar.
Ele tornou possível o grande sonho de ter menininhas, que como ele, são talentosas, divertidas, bonitas.
O meu par separa matérias no jornal e as lê para mim enquanto janto, tarde da noite, fora de hora.
O meu par fica com as crianças quando viajo a trabalho.
Cozinha, conhece as carteirinhas de vacinação. Tem o telefone da pediatra, do otorrino, lembra o nome dos remédios do dia a dia.
Com meu par quero ver o crespúsculo. A lua cheia. Correr da chuva. Passear com o cachorro.
Tomar um vinho, tomar uma cerveja.
Com meu par quero ir ao cinema e ver um jogo de futebol no sábado a tarde.
Com meu par quero voltar a ser criança, enquanto nossas crianças crescem.
O meu par nem sempre lê as minhas prosas e as minhas poesias, mas também, nunca conheci ninguém que tivesse um par perfeito!

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