sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sem palavras

E se um dia eu acordar e não tiver absolutamente nada para dizer.
Nada para escrever.
Nenhuma história para relembrar.
E se meus personagens, Maria Eugenia, Ana, Venâncio, não se apresentarem, não se dispuserem a ser parte de nenhuma história que eu possa criar.
E se um dia eu acordar e escolher um livro para me distrair e as letras começarem a fugir, desmanchar frases e histórias e um vazio enorme começar a tomar conta de tudo.
Por isso, talvez seja melhor fazer anotações em um caderninho de algumas palavras.
Aleatoriamente.
Depois, se um dia eu acordar sem palavras, talvez eu possa recuperar algumas desse tal caderninho.
Ainda não tenho o tal caderninho.
Algumas palavras já me escapam.
Venâncio me ignorou quando pensei em contar uma história de um menino que tinha estilingue, mas não mirava direito porque no fundo, no fundo, não queria acertar. Mas se não tivesse um trem daqueles, não podia estar à vontade na turma. Venâncio não se apresentou para ser esse menino.
Ana se foi, Maria Eugenia apenas sorriu.
Mas talvez não seja hoje, ainda, o dia em que acordei sem saber o que escrever.

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