Sábado de manhã.
Manhã mesmo, sete horas.
Banho, um café, um alô para aqueles que ficarão.
Um chamego na gata, um afago no cão.
E vamos, minha primogênita e eu, para a reunião na escola.
Oito horas da manhã.
- Ai que frio na barriga...
- Mas por quê? Não está tudo bem?
- Sei lá, eu devo ter deixado de fazer algum dever, assim né, eu fiz o dever, mas esqueci o caderno...
- Hum...
- Olha, como hoje é a festa da caçula, vamos falar pro papai só os pontos positivos, tá bom? Depois que passar tudo, aí falamos os pontos negativos.
- Não se preocupe, acho que tá tudo bem!
- É, eu fui mal em matemática, mas você vai ver, a classe inteira foi! Esse bimestre não deu certo o jeito que o professor fez as coisas...
Estacionamos. O frio na barriga continua. Ela esfrega as mãos. Chegamos à sala, 7h58, a professora ainda não está.
- Mãe nós chegamos no horário, ela não está, vamos embora!
- Calma, faltam 2 minutos!
A reunião é tranqüila. Elogios. É uma menina interessada, motivada, que sim, teve dificuldades em matemática, que fala demais em Geografia e que, ao ser repreendida, não aceita a reprimenda. E, como já havia antecipado, esqueceu o caderno umas duas vezes.
Nenhum delito grave, convenhamos.
Falamos no caminho sobre todos e cada um dos pontos.
- Mãe, não é que eu não aceito a reprimenda, eu argumento, a professora é que não aguenta a contra-argumentação!
Eu aguento e discutimos longamente o melhor caminho para ela, já trilhado por mim, na difícil arte de dominar palavras e posturas, mas como é sábado de festa e amigos, não vamos às tréplicas nesse momento, tudo foi anotado e constará nos autos.
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