terça-feira, 28 de setembro de 2010

Menina de oito anos

E o que posso ver nesse olhar profundo senão oito anos de alegria?
Um bebê de cabelos cacheados e boca cor de rosa que encantava a todos e aconchegada em meus braços não queria nada mais que crescer.
E foi crescendo, para meu espanto e admiração, ultrapassando os limites dos meus braços, mas jamais dos meus abraços.
Dos murmúrios às primeiras palavras e dessas para as primeiras frases e agora, inconteste, quase uma conversa de adulto.
De livros e filmes, de quero isso e não quero aquilo.
E ser mãe desse encanto de oito anos é entender que tudo pode passar, mas não esse olhar.
Que esse amor em olhos que se reviram quando contrariada ultrapassa qualquer limite.
Ser mãe de uma menina de oito anos é ser convidada para tomar chá com todo o planejamento de uma cerimônia:
- Mãe, eu quero o joguinho de chá de porcelana para pintar! Eu ganho no meu aniversário dia 28, pinto no dia 29 e no dia 30 é o chá!
Estamos todos convidados, a família toda.
Ser mãe de uma menina de oito anos é xeretar o futuro com a delícia das respostas inusitadas para as perguntas mais prontas que se conhece!
- O que vai ser quando crescer?
- Espiã da “Flança”

E passado um tempo:
- Vou ser dona de zoológico
- Que bacana, pode estudar veterinária!
- Não, não precisa, vou ser só a dona, eu contrato o veterinário!

E vai crescendo mais depressa do que imaginamos.
Mais depressa do que gostaríamos.
E é singela essa menina. Sedutora em sua candura. Mais traquina do que demonstra.
Perspicaz, capaz de acalmar os arroubos de qualquer um e conquistar o seu espaço.
Que aprende devagar, mas a seu tempo, a rir de si mesma, mas que ri da vida e assim fica mais fácil.
Nossa caçula faz aniversário e sabe que, na nossa vida, é o grande presente!

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