segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Luta


E quando quero estar feliz, mas uma tristeza me invade, ocupa cada espaço desprevenido e não vai embora?
Fico atônita.
Penso em rabiscar um verso.
Depois quero ler um livro e quando já estou em casa isso é tão fácil.
Mas essa tristeza não escolhe lugar.
Estou entre amigos escolhendo o que comer no almoço e de repente, ela me agarra um pé.
Em outras, em uma loja nova, cercada de estímulos por todos os lados e de um corredor a outro, um vão de espelho me assusta e quem vejo? Eu? Não. A tristeza escondida em meus olhos, fazendo tudo para se mostrar.
E quando quero gritar que não posso mais carregá-la comigo e os sons todos se tornam muito mais alto que minha voz muda?
Quero ouvir uma música. Uma música qualquer. Quero cantar uma música.
Quero rezar uma reza, resgatar uma foto engraçada, chamar uma amiga pelo celular.
E nada faz passar.
A tristeza é cíclica? Ela vem e vai? Não fica lá nem cá para sempre?
E quando quero estar feliz, mas um suspiro profundo vem me dizer que apenas espere, que não faça força, que a quietude ajuda, que a serenidade repousa em algum canto do meu coração, mas que já já vem me acudir?
E quando fico atônita e penso em rabiscar um verso, mas a tristeza não deixa?
Apenas consulto o relógio e espero, um dia vai coincidir.

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