quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cadeirinhas

Em casa somos uma escada de filhos, com área para descanso.
3 com pouca diferença, dois, três anos, eu no meio e depois de mais um descanso, minha irmã caçula.
Isso resulta em uma estrutura familiar que não conversa muito com a tese de Frank Sulloway, pesquisador do Massachusetts Institute of Technology que estudou a ordem de nascimento na família e sua influência no comportamendo dos indivíduos. Ficamos fora do padrão. 3 filhos, caçula único menino, por um tempão.
Depois eu, outra caçula. Depois outra caçula e eu fiquei sendo a do meio, entre um grupo de três e um dos bebês mais lindos que já conheci, minha irmã Laís. Não, não tem teoria que se aplica.
Enfim, vamos ao caso das cadeirinhas.
Minha irmã menos mais velha, a segunda na trilogia dos primeiros filhos, Lucinete, me chamou de lado e perguntou:
- sabe essas cadeirinhas de varanda, você acha que a Laís ía gostar de ganhar uma?
- eu ía adorar, eu quero uma!
- ah é? mas e a Laís?
- ah, acho que ela também...

Hum... Ela recém começara a trabalhar, certamente estava pensando em outro presente para mim, quem sabe um livro, que eu adorava, mas não uma cadeirinha daquelas, eu já quase nem cabia, apesar de ter sido sempre um cisco, não era mais para minha idade.
Perto do Natal, presente de Natal, surpresaaa!!!
Duas cadeirinhas, lindas, cheiro de novo, uma amarela e uma vermelha.
E eu:
- quero a amarela, não quero a vermelha, não a amarela é mais bonita, não, não, a vermelha, é, pronto, a vermelha é minha
E foi minha, independentemente da preferência da segunda caçula.
O carinho estava em cada fio de plástico que moldava aquele objeto e, minha irmã, com o bolso ainda mais vazio, tinha um sorriso enorme no rosto. O mesmo que ainda vejo nas poucas vezes em que nos encontramos, apenas porque estamos longe dos olhos, mas muito, muito perto do coração.

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