quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Olhar para baixo

E eu que estava esquecida da vida quando vi a água jorrar para molhar o gramado, porque agora começou o verão...
O que me ocorreu?
Aquecimento global, desperdício de água, condomínio organizado, grama bonita...
Não, nada disso.
A força descomunal da fêmea do Quero Quero chocando seu ovo, impávida diante daquela chuva inesperada.
Olhos de quem diz daqui não saio daqui ninguém me tira, meu filhote vai sobreviver.
Da imponência de seu bico me espiando e pensando, uma água a mais?
Não temos tempo de olhar para as lições que nos são ensinadas todos os dias.
Outro dia ouvi alguém dizer: ah, é tão fresco que tropeçou em uma formiga e torceu o pé!
Quem é esse que ousou cruzar o caminho da pobre criatura?
Eu gosto dos detalhes, eu gosto dos pequenos, eu gosto do impensável, eu quero ver o filhote de Quero Quero atravessar a rua andando na frente do meu carro como quem anda em um campo desabitado e eu quero parar e esperar que ele atravesse em segurança.
Não importa a marginal, não importa as 9h30, não importa o celular, depois que o Quero Quero nascer, crescer e me mostrar que tudo tem seu ritmo podemos remarcar a reunião!

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