De uma beleza arrogante, tem olhos superficiais.
Ele não, para vê-lo belo é preciso olhar uma segunda vez. Mas tem o olhar profundo, de quem pensa diferente daquilo que se passa em sua volta.
Ela é alta, o rabo de cavalo lhe dá um ar de rainha.
Ele não. Não se parece com um rei, nem com um príncipe. Parece mais um menino triste.
Ela foi gerada confortavelmente sobre as pernas dele.
Que já passaram por cirurgias, que ainda são vacilantes no caminhar.
- ele tem amigos? parece tão triste
- claro que tem, tem dois, o... e o...
Enquanto ele espera quieto em um canto no pátio do colégio ela anda saltitante rodeada de amigas e olhares enviesados.
Sorri para ele. Mas não é um sorriso amistoso. É um sorriso de compaixão. Uma compaixão obrigatória que nas entrelinhas quer ordenar um fique aí e me deixe viver.
Quem será mais feliz?
Talvez os dois, cada um a seu modo.
São gêmeos. Será que enxergo uma realidade embaçada que não se confirma no dia a dia da casa, da família, dos amigos?
Tomara.
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