tão gorda e fechada não sofreu
menos do que o meu guarda-roupas
alto, desajeito e com a porta
sempre escancarada.
Emparedado, engavetando tantas
bobagens, lutando contra a poeira
sem poder se mexer.
Sofre mais o meu guarda-roupas
porque nunca ninguém irá conhecer.
Escrevi esse texto numa página solta de uma agenda velha no dia 02 de julho de 1990, uma segunda-feira, às 13h30. Hoje procuro pelo poema de Mario Quintana que o provocou e não encontro.
Não na internet. Não tive tempo de olhar meus livros.
Será que o tempo me prega uma peça?
Será que esse poema não existe?
Minha procura me fez encontrar Fabio Rocha (A Magia da Poesia www.fabiorocha.com.br/) a quem enviei um e-mail que gentilmente foi respondido, mas sem esperanças para minha busca: Não sei... Eu tenho a obra completa dele e não lembro pelo título desse poema não. Pode ser falsa autoria...
Será que o tempo me espreita e brinca comigo?
Com meus achados, com meus guardados.
Será que aquele velho guarda-roupas ainda repousa naquele apartamento?
Será uma vendetta daquele que já sabia ser um móvel imóvel, anônimo e quase inútil e agora assim, exposto em um texto ruim, de tantos anos?
Mas encontrei isso:
O espetáculo infantil QUINTANA IN CÔMODA tem roteiro criado a partir de poesias de Mario Quintana.
FICHA TÉCNICA
Roteiro: Ana Carolina Makki Dal Mas
Direção: Fabiano Tadeu Grazioli
Cenografia: Jolcinei Luis Bragagnolo
Figurino: Fabiano Tadeu Grazioli, Jolcinei Luis Bragagnolo
Trilha Sonora: Fabiano Tadeu Grazioli
Iluminação: Ana Carolina Makki Dal Mas
Maquiagem: Grupo Teatro de Gaiola
Todo dia devo aprender uma coisa nova.
Hoje aprendi que talvez eu não devesse reler essas minhas coisas velhas!