As histórias me fazem felizes.
As dos livros, as dos outros e as minhas.
Muitas vezes conto as minhas histórias para lembrar, para de novo viver aquela emoção, para matar saudades, para perpetuar a alegria de ter nascido onde e quando nasci, o meio em que cresci!
Conto histórias para compartilhar a vida.
E na semana que passou eu recebi uma carta. Cartas me emocionam.
Uma carta cheirosa, uma carta carinhosa, uma carta delicada, uma carta que conta parte da minha história. Uma carta da minha irmã!
Já é uma benção ter uma irmã, eu tenho 3 e mais um irmão!
Receber uma carta então... Uma carta para contar uma passagem da minha infância que mais emoção não teria do que sua própria reprodução:
...vou falar (ou melhor escrever) sobre nossas visitas ao Museu. Pois desde que você o descobriu queria ir todos os domingos e era eu que te levava. Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuire. Nos anos 70 era localizado na esquina das ruas Aimorés com Avenida Tamoios, no 1o. e no 2o. andar. Você, entre seus sete e oito anos e uma curiosidade que lhe era peculiar olhava tudo com tanta atenção, lia nas plaquinhas o que era e o que significava. Fazia comentários interessantes pela sua pouca idade. Olhava a foto e roupas do Fundador da cidade Luiz de Souza Leão, do que tinha sobre a índia Vanuire e muitas coisas mais, pois a variedade de coisas era grande. No domingo seguinte lá voltávamos, você tão entusiasmada como se fosse a primeira vez. A recepcionista já devia saber nossos nomes e endereço, pois lá estávamos todos os domingos...
Depois eu cresci, o Museu mudou de lugar, mas está mapeado em nossos corações.
Aquela mocinha, Lucinete, tão linda com seus cabelos negros e seus olhos verdes, que pacientemente esperava uma magrelinha, canela fina, sem dente, ler todas as plaquinhas, casou-se e teve 3 lindos filhos que também foram frequentadores do Museu.
Nem tanto pela mão da mãe, mas pela mão da tia, que em toda visita à cidade, gostava de passear com aquele trio! Visitar o Museu..., tomar sorvete de cabo, andar de bicicleta, fazer banda com bacias e baldes, entrar na piscina, cantar músicas, ir na saída, girar o caçula nos pés como acrobata de circo, tirar fotos.
Renata, Roberta e Neto. Ramon Neto. De cada um deles deliciosas histórias para contar, mas não hoje, hoje a mamãe deles me presenteou com uma carta que me fez esquecer que nada do que é moderno resiste ao que é eterno!
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