Não é uma medida de pés descalços, coluna alinhada e olhos firmes para marcar a parede.
Não, é o desprendimento que me surpreende na seleção dos brinquedos que vão para a doação.
Em alguns momentos, agora entendo, foi o destempero que nos fez comprar tantos e tantos, mas tantos brinquedos!
Ninguém precisa de tanta coisa assim.
Barbies intocadas em seus vestidos de modelo e cabelos impecáveis! Minhas bonecas não são de bonecas e só dessa turminha, lá se foram umas dez!
Gostam quando são personagens. Uma Barbie fada tem uma história para contar...
Jogos. Coleções de robôs da revista Recreio. Alguns eletrônicos.
Não aos dinossauros, impávidos em seu cesto. Mas sim para alguns animais desgarrados de suas manadas e muitas vezes, repetidos.
Pelúcias, que carinhosamente chamo de porta pó, umas trinta, dessa vez, e já é a terceira vez esse ano.
E coisas miúdas que vão surgindo. E brinquedos de quando eram bebês.
Estão crescendo porque em outros momentos se agarravam ao brinquedo há meses abandonado dizendo: não, eu amo esse...
Para devolvê-lo ao baú minutos depois.
E dessa vez, para tudo que eu mostrava: sim, pode ir, sinal de positivo.
Fiquei aflita. Eu mesma queria me agarrar a alguns deles. Lembrando de quando os comprei.
Sempre levo para as caixas de coleta que a Drogaria São Paulo do Cenu disponibiliza. Eles levam para uma instituição e depois vemos fotos das crianças recebendo os presentes.
Ninguém precisa de tanta coisa. E brinquedos novos chegaram por conta de aniversários, vem aí o dia das crianças. É bom ser generoso. É bom movimentar. É bom passar uma tarde de sábado ensolarado, rindo, dando bronca, quebrando a unha, procurando sacolas gigantes.
Mas as meninas estão crescendo. Bem rápido do que eu planejei.
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