segunda-feira, 8 de março de 2010

O casamento da Rosa

- Clotilde, a Rosa vai casa de novo
- Que de novo? Da primera veis ela num casó, só juntó e agora vai tê até festa, eu vô, tu vai?
- Claro que vo, ela bem que merece si dá bem, ô moça boa
- Você conhece o rapaiz?
- Não, ela conheceu na casa da irmã dela, vixi é lá do outro lado da cidade
- E eles vão mora aqui, na casa dela?
- Parece que sim porque ela num qué tira os menino da escola agora, mas pro ano, eles se mudam
- Ai que pena, mas pra onde?
- Ah, ele vai recebe um apartamento do governo, desses programa aí sabe que você paga um poco e ganha a casa? Mas é lá pro lado de onde ele mora
- Ai se é novo, vale a pena, imagina, tudo novinho, cherinho de tinta? Privada bem branquinha? um sonho... eu bem queria pintá minha casa
- Ô Clotilde, mas o Zé podia pinta não podia não?
- Pode podia, mas o cabra é uma preguiça! Bom e também, tinta é caro, não tô podendo agora não... Escuta, e o moço trabaia?
- Ah, trabaia, esse dá um duro danado, ele trabaia na prefeitura, de fazer selviço nas ruas sabe? Pinta sargeta, carpi grama, limpa buero, é faiz tudo minha fia, usa aquele macacão laranja
- Hum, triste de lavá, imagina
- Ah, mas a Rosa é caprichosa e ela tem tanquinho, cê vai vê, o moço vai trabaia num brinco naquele macacão... Ai Clotilde do céu, óia o chero, meu fejão vai queimá, depois a gente conversa mais
- Tá, tô preocupada com o vestido que eu vo no casamento
- Ah preocupa não fia que é tudo gente simples, tchau!

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