terça-feira, 9 de março de 2010

Renata

Minha mãe me contava a história do livro Éramos Seis, que depois virou novela.
Ela e eu gostávamos da história e eu achava que éramos mais importantes que o livro porque em casa Éramos Sete.
E éramos felizes. Algumas felicidades só descobrimos que sentimos depois que já passou muito tempo.
Outras duram pra sempre.
Hoje é um dia muito especial em que, os que restamos dos sete (seis...) e muitos outros que vieram depois, comemoramos um desses dias que ficam marcados para sempre.
Depois de um tempo que minha irmã se casou, a grande novidade foi que ela ficou "esperando neném" como dizíamos. É claro que ainda se diz, mas hoje em dia se diz muito mais que ficou grávida e mais, agora se diz até que o pai está grávido.
Ela que já era linda teve seu rosto iluminado de felicidade.
Entre os sete, nosso primeiro bebê, minha primeira sobrinha, a primeira neta da minha mãe e do meu pai.
Lembro-me do vestido marrom que minha mãe lhe costurou. Um marrom bonito, não triste, estampado com delicadas flores, algumas amarelinhas. Guardei retalho por alguns anos, depois perdeu-se, mas não importa.
Eu a vejo sorridente, com uma barriga enorme, pés inchados.
As terças-feiras almoçava conosco. Eu tinha educação física de manhã, estudava a tarde e voltava correndo para não perder sua companhia e a visão daquele barrigão.
Houve um alarme falso. Hospital, coração na mão e ela de volta, bebê ainda na barriga, mas depois, no dia 09 de março de um ano que não importa não nos pregou outra peça e nos inseriu no mundo encantado da segunda geração!
O meu bebê hoje já planeja ter bebê e vive longe de mim, mas no meu coração ainda aprende a dar os primeiros passos correndo atrás do meu pato (de verdade!) que ficava solto no quintal, dizendo:
- patuuuu!

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