Depois de um embate consigo que se despeçam da tarde aquática e vamos caminhando para casa.
Sem compromisso, sem futuro, apenas carregando toalhas molhadas, sacolas protegendo protetores, um ventinho que se zanga porque os cabelos molhados não esvoaçam como ele gosta de ver.
Somos três meninas sem idade, mas minha caçula dispara:
- mãe, você já gostou de muitos?
- ah, ja gostei de alguns, mas cada um de uma vez e depois encontrei o papai
- eu sei, eu gosto de muitos, mas gosto ao mesmo tempo
- gosto do... na escola, do... no inglês e aqui no condomínio do...
- mas você não deve gostar por território! nós gostamos das pessoas independentemente de onde elas estejam
- é... mas eu gosto assim, gosto de todos eles, mas não faz mal, porque eu já capturei o Vitor
- o Vitor? mas o Vitor já tem quase treze anos, ele é muito mais velho que você!
Aqui dois parênteses são necessários. O primeiro para dizer que o Vitor, filho de amigos, é um menino doce, que apesar de pré-adolescente dá atenção aos amores da minha pequena, deixa que segure em sua mão, toma a sopa inexistente que ela lhe oferece em um prato de brinquedo.
O segundo parênteses guarda a reação da irmã mais velha que até então caminhava ligeiramente na frente e parecendo alheia a qualquer conversa. Retomando...
- o Vitor? mas o Vitor já tem quase treze anos, ele é muito mais velho que você!
- mãe! mas não se pode impedir o amor! não ouça isso Valentina, os adultos querem sempre dizer de quem devemos gostar mas não é assim que funciona, você pode capturar o Vitor que eu te defendo!
Meus Deus, elas ainda tinham 9 e 6 anos...
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